segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Menina Bonita do Laço de Fita

Quando trabalhamos as diferentes raças com nossos alunos logo nos vem a mente a história da Menina Bonita do Laço de fIta, de Ana MariaMachado. Muitas vezes nos perguntamos da onde veio a inspiração para tal obra e por acaso achei um depoimento da autora falando justamente sobre isto. Vejam:

Com a palavra, Ana Maria:
"Este livro, para mim, é uma história que surgiu a partir de uma brincadeira que eu fazia com minha filha recém-nascida de meu segundo casamento. Seu pai, de ascendência italiana, tem a pele muito mais clara do que a minha e a de meu primeiro marido. Portanto, meus dois filhos mais velhos, Rodrigo e Pedro, são mais morenos que Luísa. Quando ela nasceu, ganhou um coelhinho branco de pelúcia. Até uns dez meses de idade, Luísa quase não tinha cabelo e eu costumava por um lacinho de fita na cabeça dela quando íamos passear, para ficar com cara de menina. Como era muito clarinha, eu brincava com ela, provocando risadas com o coelhinho que lhe fazia cócegas de leve na barriga, e perguntava (eu fazia uma voz engraçada): "Menina bonita do laço de fita, qual o segredo para ser tão branquinha?" E com outra voz, enquanto ela estava rindo, eu e seus irmãos íamos respondendo o que ia dando na telha: é por que caí no leite, porque comi arroz demais, porque me pintei com giz etc. No fim, outra voz, mais grossa dizia algo do tipo: "Não, nada disso, foi uma avó italiana que deu carne e osso para ela..." Os irmãos riam muito, ela ria, era divertido. Um dia, ouvindo isso, o pai dela (que é músico) disse que tínhamos quase pronta uma canção com essa brincadeira, ou uma história, e que eu devia escrever. Gostei da idéia, mas achei que o tema de uma menina linda e loura, ou da Branca de Neve, já estava gasto demais. E nem tem nada a ver com a realidade do Brasil. Então a transformei numa pretinha, e fiz as mudanças necessárias: a tinta preta, as jabuticabas, o café, o feijão preto etc.

 

Kant

     Conhecer um pouco mais sobre o que e quem estudamos é sempre algo muito interessante e por este motivo achei interessante falar um pouco sobre Kant. O que achei sobre ele, resumidamente, foi:
 

      Filósofo alemão, fundador da filosofia crítica. Filho de um seleiro, Kant nasceu e estudou em Königsberg (Kaliningrado), na Prússia oriental. Depois de terminar a universidade, foi preceptor durante alguns anos, mas ao alcançar grau de mestre, em 1755, começou a ensinar várias matérias como Privatdozent. As primeiras obras de Kant tratam de física e astronomia: sua Allgemeine Naturgeschichte und Theorie des Himmels (1755) previa a existência do planeta Urano, descoberto por Herschel em 1881. Em 1770 foi nomeado para a cadeira de lógica e metafísica em Königsberg. Foi depois disso que entrou no seu aclamado período "crítico". Sua vida era de uma regularidade caricatural: nunca deixou Königsberg e nunca se casou.

     O primeiro passo em direção à filosofia crítica foi a Dissertação de 1770 (título latino: De mundi sensibilis atque intelligibilis forma et principiis), na qual Kant revela pela primeira vez a sua idéia de que só podemos ter conhecimento a priori do espaço e do tempo porque estes são formas impostas à experiência pela nossa própria mente (ver revolução copernicana). O espaço é um "esquema, assegurando por uma lei constante da natureza da mente a coordenação de todo e qualquer sentido externo".

 

ENTRE OS MUROS DA ESCOLA

 

Há uma diferença cultural e social que gera incompreensão e atrito entre ambas as partes, em um retrato do que seria a França contemporânea. Os muros da escola não são os únicos que revelam uma divisão e uma impenetrabilidade entre dois lados. Há também outros muros invisíveis que estão sugeridos no filme.

     De um lado desse muro está Marin, um professor de francês. De outro, está um grupo de alunos entre13 e 15 anos composto por negros africanos, asiáticos latino-americanos e franceses.
       Marin pode ser visto como um educador, em um primeiro momento, mas também como uma espécie de colonizador.

A linguagem é o grande campo de batalha onde é travado esse conflito cultural. O filme sustenta basicamente apenas com longos diálogos.
São os dois personagens "rebeldes" e principais questionadores da autoridade de Marin. É como se a visão deste filme francês fosse apenas capaz de ver o "verdadeiro" outro como o "bom selvagem", aquele personagem de outra etnia que se esforça a assimilar a cultura francesa. Talvez por isso, os professores lamentem a possibilidade de deportação do chinês Wei, um aluno dedicado no estudo do francês e bom moço, mas se reúnam para discutir a expulsão de Souleymane, um personagem que vemos falar um outro idioma.
      O filme reforça uma visão colonizadora a partir do ponto de vista de alguém que se toma, mesmo que inconscientemente, como a "civilização". Assim, o outro se torna o retrato da rebeldia que deve ser conquistado através da assimilação da cultura da "civilização".
     Trata-se de um retrato que talvez não seja diferente do que vemos em escolas brasileiras, em que é comum o relato de desrespeito ao professor.

 

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Desenvolvimento Moral Segundo Piaget

     Piaget, argumenta que o desenvolvimento da moral abrange três fases, denominadas:

- anomia (crianças até 5 anos): geralmente a moral não se coloca, com as normas de conduta sendo determinadas pelas necessidades básicas. Porém, quando as regras são obedecidas, são seguidas pelo hábito e não por uma consciência do que se é certo ou errado. Um bebê que chora até que seja alimentado é um exemplo dessa fase.

- heteronomia (crianças até 9, 10 anos de idade): O certo é o cumprimento da regra e qualquer interpretação diferente desta não corresponde a uma atitude correta. Um homem pobre que roubou um remédio da farmácia para salvar a vida de sua esposa está tão errado quanto um outro que assassinou a esposa.


- autonomia: legitimação das regras. O respeito a regras é gerado por meio de acordos mútuos. É a última fase do desenvolvimento da moral.

Tendo conhecimento que as crianças e adolescentes seguem fases mais ou menos parecidas quanto ao desenvolvimento moral, cabe ao educador compreender que há determinadas formas de lidar com diferentes situações e diferentes faixas etárias. Cabe a ele, ainda, conduzir a criança na transição anomia - heteronomia, encaminhando-se naturalmente para a sua própria autonomia.

 

Método Clínico

Esse método, já era usado por Piaget em 1926. E com certeza uma das mais importantes contribuições para a investigação na área da psicologia do desenvolvimento. O Objetivo era a análise do conteúdo do pensamento infantil.
Esse método inclui uma prática de testagem de hipóteses sobre o funcionamento da inteligência de um sujeito enquanto este raciocina. O investigador se utiliza de três tipos básicos de indagações ao sujeito: perguntas de exploração, de justificação e de contra-argumentação.
Possibilita a observação na prática, através da conversação livre com a criança sobre um tema dirigido pelo interrogador que acompanha as respostas da criança, pedindo que justifique, explique, diga o porquê, faça contra sugestões..., permite relacionar, a partir do espontâneo, o universo ao qual a criança busca se adaptar.
Hoje, em sala de aula, até seria possível realizar numa situação de aprendizagem, mas com um número pequeno de alunos,porém é difícil, é um método complexo, o professor precisa conhecê-lo bem, entender sua verdadeira dificuldade, saber observar, sem interromper e ao mesmo tempo buscar resultados justificáveis e compreensíveis. O método ajuda na compreensão do processo, mas não é um método pedagógico para promover desenvolvimento intelectual, não constrói conhecimento.

 

O que foi Auschwitz?

Não sei se todos os colegas tiveram a mesma necessidade que eu, mas para conseguir entender ao menos um pouco sobre o texto de Adorno, precisei primeiro pesquisar sobre Auschwitz, já que para mim era algo muito abstrato. O que encontrei foi o seguinte:
 
Auschwitz-Birkenau é o nome de um grupo de campos de concentração localizados no sul da Polônia, símbolos do Holocausto perpetrado pelo nazismo. A partir de 1940 o governo alemão comandado por Adolf Hitler construiu vários campos de concentração e um campo de extermínio nesta área, então na Polônia ocupada. Houve três campos principais e trinta e nove campos auxiliares.

Os campos localizavam-se no território dos municípios de Auschwitz e Birkenau, versões em língua alemã para os nomes polacos de Oświęcim e Brzezinka, respectivamente. Esta área dista cerca de sessenta quilômetros da cidade de Cracóvia, capital da região da Pequena Polônia.

Os três campos principais eram:

  • Auschwitz I - Campo de concentração original que servia de centro administrativo para todo o complexo. Neste campo morreram perto de 70.000 intelectuais polacos e prisioneiros de guerra soviéticos.
  • Auschwitz II (Birkenau) - Era um campo de extermínio onde morreram aproximadamente um milhão de judeus e perto de 19.000 ciganos.
  • Auschwitz III (Monowitz) - Foi utilizado como campo de trabalho escravo para a empresa IG Farben.

O número total de mortes produzidas em Auschwitz-Birkenau está ainda em debate, mas se estima que entre um milhão e um milhão e meio de pessoas morreram ali.

Como todos os outros campos de concentração, os campos de Auschwitz eram dirigidos pela SS comandada por Heinrich Himmler. Os comandantes do campo foram Rudolf Höss até o verão de 1943, seguiu-lhe Artur Leibehenschel e Richard Baer. Hoess deu uma descrição detalhada do funcionamento do campo durante seu interrogatório ao final da Segunda Guerra Mundial, detalhe que complementou em sua autobiografia. Ele foi executado em 1947 em frente da entrada do forno crematório de Auschwitz I.

Durante os anos de operação do campo, perto de 700 prisioneiros tentaram escapar do campo, dos quais 300 tiveram êxito. A pena aplicada por tentativa de fuga era geralmente a morte por inanição. Geralmente, as famílias dos fugitivos eram presas e "internadas" em Auschwitz para serem exibidas como advertência a outros prisioneiros.

 

 

Quem foi Piaget

Como passamos o semestre todo estudando sobre Piaget resolvi pesquisar um pouco mais sobre este grande homem e compartilhar com todos. Uma vez que cada vez que pesquisamos sobre ele descobrimos coisas novas.
 
Jean Piaget (Neuchâtel, 9 de agosto de 1896 — Genebra, 16 de setembro de 1980) foi um psicólogo suíço, considerado o maior expoente do estudo do comportamento infantil.
Estudou inicialmente biologia, na Suíça, e posteriormente se dedicou à área de Psicologia, Epistemologia e Educação. Foi professor de psicologia na Universidade de Genebra de 1929 a 1954, e ficou conhecido principalmente por organizar o desenvolvimento cognitivo em uma série de estágios.
Jean Piaget revolucionou as concepções de inteligência e de desenvolvimento cognitivo partindo de pesquisas baseadas na observação e em entrevistas que realizou com crianças. Interessou-se fundamentalmente pelas relações que se estabelecem entre o sujeito que conhece e o mundo que tenta conhecer. Considerou-se um epistemólogo genético porque investigou a natureza e a génese do conhecimento nos seus processos e estágios de desenvolvimento.
Piaget foi biólogo, zoólogo, filósofo, epistemólogo e psicólogo. Esta experiência de vida e uma vasta cultura científica impregnaram a sua obra com contribuições da biologia, cibernética, matemática, filosofia e sociologia. Piaget foi considerado por muitos autores de psicologia como o "Einstein da Psicologia".

Entrevista com alunos afro-descendentes

Fiz este trabalho na escola onde trabalho, procurei alunos das turmas maiores (de 5ª a 8ª séries) por me sentir mais a vontade e por acreditar que estes entenderiam mais facilmente a minha proposta ao realizar esta entrevista. Escolhi um aluno de cada série.    
Fiz as entrevistas em uma sala de aula vazia e expliquei que esta entrevista serviria para um trabalho meu da faculdade e que poderiam ficar bem à vontade, pois ninguém ficaria sabendo o que eles relatassem ali .  
 Ao começar estas entrevistas tive medo do que poderia ouvir, pois Sapiranga é uma cidade de origem alemã e que ainda preserva muito certos costumes inaceitáveis na sociedade atual. Muitas vezes ouve-se que entre um candidato a emprego na dúvida entre um de origem afro e um de origem alemã a preferência é do segundo e se neste caso restarem dois a vaga será dada ao candidato que for nascido na cidade, deixando de lado as qualificações. Quando comecei a trabalhar nesta escola onde trabalho hoje me deparei com uma cena que me incomodou muito. Na primeira festa que a escola fez e os professores tiveram que trabalhar ouvi uma colega falar para outra "vê se tu fazes um trabalho de gente branca e não de negrão como este que tu está fazendo agora". Aquilo sem dúvida me chocou muito, tanto é que nunca mais esqueci, e desde aquele momento tive a certeza de que deveria cuidar muito do que falava e com quem falava pois o preconceito ali era muito grande.
 Surpreendi-me muito com as entrevistas pois aluno algum citou preconceitos sofridos por professores ou funcionários da escola, pelo visto eles escondem bem o que sentem, ao menos na frente dos alunos. Senti também, que o preconceito maior ocorre dentro de casa pelas próprias pessoas afro que se denominam inferiores e sem forças para lutar contra a sociedade. Quanto mais pobres forem maior será o seu sentimento de inferioridade e de impotência diante dos obstáculos impostos pela sociedade.

        

 

 

 

 

Mosaico das Etnias

      

c     Realizar este trabalho com minha turma de 4º ano foi bastante interessante, pois tenho em minha turma alunos da raça negra,branca e indígena. Aproveitei para trabalhar este assunto enquanto trabalhava a origem dos colonizadores de nosso município.

     Logo que propus falarmos sobre nossas origens, de onde viemos e quais são os costumes típicos de cada raça a turma me pareceu não gostar muito do assunto. Então, propus que falassem com seus pais e avós e pedissem que esses contassem a história de suas famílias, de onde vieram e em qual cidade seus antepassados se estabeleceram( esta tarefa foi proposta em uma sexta feira).

     Na segunda-feira, quando retornaram as fisionomias eram bem diferentes, pois descobriram muita coisa que nem imaginavam sobre o seu passado e o orgulho de suas famílias era evidente.

     Deixei que todos contassem o que haviam descoberto e então busquei o mapa mundi para que todos localizassem o país de que são originárias suas famílias( fiz o mesmo com o mapa de nosso estado).

      Depois de tudo isso confeccionamos nosso mosaico utilizando tinta, pincéis, lápis  de cor, recorte, colagem e fotos das famílias(trazidas pelos alunos).   
     Ficou muito bonito, ele ficou em nossa sala e chamamos os colegas de outras turmas para conferirem nosso trabalho.

 

Ensaio de Adorno

             Adorno nos faz pensar sobre a educação, dando maior importância ao fato trabalharmos para que Auschwitz não venha a acontecer novamente.

            Falar de Auschiwitz, como, de política, de religião e de tantos outros assuntos é muito profundo e delicado. O que vem acontecendo à nossa volta, os caminhos que a educação está se direcionando, para onde segue nossa sociedade que destrói, briga e desvaloriza a raça humana? Estes fatores nos apontam para o risco de um regresso e desta forma, quem sabe, uma nova Auschwitz.

                 Olhemos a nossa volta, tudo o que nos cerca : as brigas, o materialismo, o egoísmo. Tudo isto é uma forma de exclusão. Ou seja, cada vez mais excluímos pessoas de perto de nós, cada vez mais nos afastamos da sociedade o dos valores e desta forma abrimos precedentes para que Auschwitz ocorra novamente, desolando nossa sociedade.

                Creio que a escola deva passar por uma remodelação urgente para que possa atender dignamente esta sociedade que evolui e muda a cada dia. Não podemos mais continuar estagnados e parados no tempo como se nada a nossa volta tivesse tido mudanças. Esta mudança  precisa ocorrer primeiramente dentro de cada um de nós.

            Sabemos também, que mesmo a escola estando muito atrasada perante as constantes mudanças da sociedade, ela ainda é, muitas vezes o único refúgio para as crianças, pois é lá que encontram referências morais, já que cada vez mais os pais delegam seus deveres a escolas. Deixando de lado a importância familiar e tudo o que faz parte deste convívio. Hoje vemos muitos pais discursando que os filhos devem ser criados para o mundo e é aí que acontece o grande equívoco pois os pais confundem criar para o mundo com criados pelo mundo, o que é muito diferente.

          

O Clube do Imperador

     Olhar este filme é despertar para o verdadeiro sentido do que é ser professor, por tudo o que passamos e pelo importante papel que temos na vida de nossos alunos. São nossas atitudes que servem de base para a formação do caráter deles, principalmente dos alunos do currículo. Hoje cada vez mais os pais deixam de ter tempo para seus filhos e acabam deixando a nós o legado de instruir seus filhos e formar valores que deveriam ser adquiridos em convívio familiar.

     O professor Hundert era uma pessoa justa e com princípios morais muito bem formados, aos quais passava a seus alunos, em suas aulas.     
         É muito bom passar por alunos antigos e ter muita coisa boa para recordar, ver que de alguma forma fizemos a diferença na vida deles e que de alguma maneira os ajudamos a ser o que são hoje. É claro que não conseguimos o sucesso com todos, como no caso do filme, mas se ao final de nossa carreira tivermos ajudado ao menos um aluno a se tornar uma pessoa melhor, todo o nosso esforço já terá valido a pena, pois fizemos a diferença para alguém.

     Temos também que ter a humildade de saber reconhecer nossos erros e de não super valorizá-los e nem fazer deles o martírio de nossas vidas. Um grande exemplo deu o professor Hundert, que mais de 20 anos passados do erro que cometeu, ao reencontrar o aluno Martin teve a humildade de lhe contar o que havia feito e demonstrar seu arrependimento. Maior ainda foi a hombridade de Martin que soube perdoar seu professor e entendeu seus motivos.

 

Estádios do Desenvolvimento

     SENSÓRIO-MOTOR: Nesta fase que vai desde o nascimento até mais ou menos até os dois anos de idade, a criança está em busca da visualização dos objetos e inicialmente só conseguindo percebê-los e mais tarde notando que mesmo quando o objeto é tirado do seu campo de visão este pode retornar. Nesta fase a criança precisa de muito estímulo visual, pois é através da experiência imediata que a criança sente e percebe o que está acontecendo. Esta fase precisa ser muito estimulada, pois é através do sucesso dela que o bom desenvolvimento das fases seguintes ocorrerá.

 

     PRÉ-OPERATÓRIO: Esta fase vai de mais ou menos os dois anos de idade até aproximadamente os sete anos, nesta fase a criança já consegue fazer representações mentais da realidade. A partir daí o pensamento dará origem à linguagem, já que é nesta fase que a criança mais amplia seu vocabulário. Aqui a criança já é capaz de realizar imitações (de sua família, professora, colegas,...), seus desenhos começam a ganhar forma, é nesta fase que a criança cria os amigos imaginários, já que é capaz de sonhar e ter devaneios. Nesta fase a criança é muito egocêntrica e não consegue lidar com idéias diferentes das suas e seu pensamento é irreversível, ou seja, a criança não é capaz de entender que o mesmo caminho feito para ir a um determinado ponto deve ser feito ao contrário para retornar ao ponto inicial.

 

      OPERATÓRIO-CONCRETO: Esta fase vai de mais ou menos sete anos de idade até aproximadamente os doze anos da criança, a marca desta fase está justamente na capacidade que a criança desenvolve de reversibilidade do pensamento. Agora a criança já é capaz de realizar operações e ações mentais, embora ainda limitadas. Nesta fase a criança já é capaz de cooperar com colegas e compreender o ponto de vista dos demais, já que sempre procura justificar suas opiniões e quando necessário busca provas para a aceitação de suas idéias. A criança já é capaz de classificar e seriar, ter noção de peso, volume, comprimento, área e volume espacial desenvolve também o conceito de número. A criança precisa e muito do concreto para realizar as tarefas que lhe são propostas (como exemplos: material de contagem, blocos lógicos,...)

 

     OPERATÓRIO-FORMAL: Esta fase inicia-se por volta dos doze anos de idade e vai pelo resto da vida da pessoa, o que marca esta fase é o fato de poder estabelecer relações entre diferentes teorias, sem precisar o concreto para entendê-las. A pessoa passa a poder criar um mundo de possibilidades para uma mesma teoria, onde o real é a única coisa limitada desta prática. È nesta fase que passamos a trabalhar com o pensamento hipotético-dedutivo.

 

 

Analisando Blogs

     Dentre os quatro blogs sugeridos escolhi fazer minha análise a partir dos seguintes:

 

 

     Ao visitar os dois blogs selecionados, pude constatar como o meu blog é pobre em conteúdos. Os blogs que visitei têm relatos maravilhosos de tudo que acontece com suas donas, como fazem o que sentem e muito mais. Já o meu blog é muito restrito (além de ter muito poucas postagens), nele me atenho a dar minha opinião sobre determinado assunto estudado e nada mais. Constatei que as colegas além de falarem sobre o que é estudado relacionam isto com seu dia a dia e com sua prática docente.  Posso realmente dizer que me senti muito envergonhada ao visitar estes blogs e lembrar do meu.

     Os dois blogs que visitei se parecem muito um com o outro, pois os dois retratam o dia a dia de suas donas e trazem muito mais do que aquilo que é estudado por nós no PEAD. Nos dois as postagens são bem estruturadas e bastante grandes. No blog da colega Izolete há mais postagens do que no blog da colega Gislaine, mas ambas contemplam muito bem tudo o que foi visto durante o semestre. Com certeza qualquer pessoa que ler estes blogs tem uma boa noção de tudo que foi estudado durante este semestre e não há dúvida que ao realizarem a apresentação de final de semestre as duas não tiveram a menor de dúvida de como fazê-lo pios encontraram tudo em seus blogs

     No blog da colega Izolete há poucos comentários e destes poucos que há a colega não respondeu a nenhum deles, já no blog da colega Gislaine há muitos comentários aos quais ela respondeu a quatro deles.   Na sua maioria as postagens referem-se a uma determinada disciplina, creio eu que para poder explicar melhor ao que se propõe e por ater-se com mais facilidade a um único assunto do que falar de dois e correr o risco de não conseguir esclarecer muito bem nenhum dos dois.

     Nos dois blogs há muitas postagens e em ambos há registro de todas as disciplinas do semestre, mas é possível notar que há mais registros nas disciplinas que cada uma tem maior facilidade e preferência. No caso da colega Izolete, há muito mais postagens na disciplina de SI e no caso da colega Gislaine, há mais registros sobre a disciplina de Questões Étnicos Raciais, mas no segundo caso a preferência não fica tão evidenciada como no primeiro caso.

     Nos dois blogs há postagens regulares, porém no blog da Izolete estas postagens sejam mais seguidas. No blog da Izolete há 4 postagens em março, 6 em abril, 9 em maio e 2 em junho; já no blog da Gislaine há 2 postagens em março, 4 em abril, 4 em maio e 4 em junho.

     Pelo que percebi nos dois blogs o que as colegas aprendem no PEAD elas põem em prática em suas salas de aula, isto pode ser visto em seus relatos e através das fotografias que se encontram nos respectivos blogs.     Através de tudo o que vi nos dois blogs cheguei a conclusão que um blog é mais do que um simples local para registro e anotações do que é aprendido. Um blog é um espaço para registrar tudo o que acontece, nossas dúvidas e certezas e ainda é um lugar para interagirmos com colegas e demais pessoas sobre o que aprendemos. É nele que podemos depositar nossas dúvidas, nossas certezas, nossas angústias e nossas vitórias. O blog é um espaço virtual muito mais importante que um caderno, pois além do que nele registramos também há a possibilidade de trocarmos idéias e opiniões, esclarecendo nossas dúvidas ou ajudando os colegas a esclarecerem as suas.

 

Aprendizagem

      Refletir sobre uma única atividade que tenha marcado em minha vida me parece algo complicado, tendo em vista que a cada momento aprendemos algo de novo em nossas vidas, ou ao menos, aprimoramos nossos conhecimentos sobre os diversos assuntos que fazem parte de nosso dia a dia. Mas como preciso falar de um em especial, resolvi falar um pouco de como foi para eu aprender a dirigir.

      Sempre fui muito independente e desta forma não via a hora de fazer 18 anos ter a minha habilitação e poder dirigir o carro de meu pai por onde bem entendesse.

      Meu pai sempre fez tudo o que eu queria, embora nem sempre tivesse muita paciência, diga-se de passagem. Então estando eu  prestes a completar os tão sonhados 18 anos( ainda faltavam uns 3 ou 4 meses), meu pai resolveu colocar a família toda no carro um domingo a tarde e sair para dar um passeio, só que desta vez quem iria dirigindo seria eu(claro que só perto de casa), mas como tudo que é bom dura pouco logo meu pai começou a falar "mais para o teu lado" e eu com boa entendedora não me fiz de rogada e tratei de colocar o carro mais para o meio da rua, foi aí que ouvi um grito me dizendo" eu disse pro teu lado e não para o meio da rua". Depois disso parei o carro e não quis mais dirigir aquele dia. Depois disso nunca mais saí com meu pai para aprender.

      As outras tentativas foram com a minha mãe a meu lado, só que minha mãe apesar de mais calma era muito apavorada(o que continua até hoje) e bastava ver um carro ou moto a uma quadra de nós para começar a ladainha de sempre "olha o carro" , " mais devagar", "deixa ele passar primeiro" , etc... Foram duas ou três saídas e nunca mais quis saber de tal tortura psicológica.

      Depois disso teve uma saída com a minha tia, irmã de minha mãe, mas o mal parecia ser de família e foi só desta vez também.

      Apesar de tanta coisa acontecer para me fazer desistir a minha teimosia sempre foi maior e a vontade continuava, mas como boa estrategista que sempre fui dei um tempo sem pedir o carro.

      Quando chegou o verão fomos a praia e não deu outra, fui pedir a meu pai para andar com o carro, só que desta vez queria andar sozinha, sem ninguém a meu lado, disse a ele que as ruas eram tão esburacadas que eu teria que andar de vagar e desta forma não teria perigo. Por incrível que pareça ele concordou e a minha tática funcionou. Depois disso, mesmo de volta a cidade, sempre que podia pedia o carro e ele me dava a chave para dar umas voltinhas.

      Este aprendizado foi tão rico que quando chegou o dia da tão sonhada habilitação ouvi de meu pai que se queria dirigir teria que conquistá-la, pois ele não pagaria nem um centavo por ela, e não é que fiz todos os testes e passei de primeira.

      Posso me orgulhar muito deste meu aprendizado, pois ele ocorreu antes desta lei da obrigatoriedade da auto escola e em uma época em que quase todos pagavam para ter suas habilitações e eu seguindo os meios legais provei que sabia dirigir e que não fazia feio no trânsito. Tanto que hoje não tem onde não vou com meu carro , inclusive morando em cidade pequena vou a Porto Alegre e dirijo sem medo.

 

 

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Trabalhando o Concreto

Muitas vezes paro e me pergunto como trabalhar o concreto com meus alunos de 4º ano, se estes já se julgam grandes e dispensam aquilo que dizem ser trabalhinhos de criança. Mas o que eles são aos 9 anos de idade, se não crianças? Será que já se acham tão grandes assim? Ou acham que já sabem tudo e não tem mais o que aprender? Quem sabe um pouco de cada coisa? A única certeza nisto tudo é que são pequenos e que mesmo não querendo ou gostando precisam e muito ainda do trabalho com material concreto. Vejo como primordial este tipo de trabalho, principalmente na matemática que é muito abstrata e que se não for bem trabalhada nesta fase deixará seqüelas irreparáveis no aprendizado deste aluno. Na maioria das vezes eles relutam para realizar estes trabalhos, mas acabam fazendo o que peço e nem se dão conta do quanto estão aprendendo com isto. Para nós também é assim, pois muitas vezes não adianta de nada as outras pessoas nos advertirem sobre algo que queremos, já que insistimos fazemos, quebramos a cara e só aí aprendemos a lição. E na maioria das vezes nem nos damos conta de que já tínhamos sido advertidos contra isso. Acho que a lei é esta: lutamos contra o obvio e mesmo assim acabamos aprendendo mesmo que contra a nossa vontade.


Antropólogo Francês

Após fazer a leitura do dilema do antropólogo francês me vi diante de um problema, pois ao me colocar no lugar dele comecei a imaginar como seria investigar uma nova cultura, ainda mais tendo como propósito não interferir na mesma. Acho que no lugar dele não teria mentido aos nativos quando estes questionaram se ele era ou não enviado dos deuses, em minha opinião a mentira não leva a nada e o melhor a fazer é dizer sempre a verdade, mesmo correndo o risco de não se conseguir o que deseja. Depois desta mentira como dizer aos nativos que nem todos os brancos eram enviados dos deuses? Que argumentos usar para convencê-los da verdade? E se continuasse com a mentira como ficaria a minha consciência se os outros brancos, que certamente visitariam algum dia, os fizessem algum mal? Por isto é que afirmo que a única saída para ele neste caso é a verdade, bem como em todos os momentos de nossa existência.

Em Busca de Mim Mesma

Ao coletar fotos para fazer o trabalho EM BUSCA DE MIM MESMA me deparei com muitas lembranças, é verdade que todas muito boas, porém algumas muito doloridas. Por exemplo, para mim é mito difícil pegar fotos de meu pai, pois apesar de ter ótimas recordações dele é a saudade que fala mais alto e nessas horas o choro é inevitável. Já da minha infância não tenho motivo algum para o choro, muito pelo contrário tenho muito o que rir das estripulias que aprontava. Fazer este tipo de trabalho é muito gratificante, pois nos faz relembrar muita coisa que às vezes já estava esquecida lá no fundo de nossa memória. É fazendo este tipo de trabalho que paramos para observar nossas próprias características, com quem nos parecemos e até quanto mudamos no decorrer dos anos. Olhando estas fotos também identifiquei muitas características minhas em meu filho (coisa que até agora não havia tido tempo de observar). Observar-nos e observar nossas famílias é algo muito estimulante, pois na maioria das vezes tiramos fotos juntos e depois de reveladas nem olhamos mais para elas, jogando-as em uma caixa ou no fundo de uma gaveta e esta é uma oportunidade de valorizar aquilo que por estar tão perto de nós muitas vezes acaba caindo no esquecimento. Com certeza sofri para fazer este trabalho, mas também dei boas risadas e cresci interiormente também.