Refletir sobre uma única atividade que tenha marcado em minha vida me parece algo complicado, tendo em vista que a cada momento aprendemos algo de novo em nossas vidas, ou ao menos, aprimoramos nossos conhecimentos sobre os diversos assuntos que fazem parte de nosso dia a dia. Mas como preciso falar de um em especial, resolvi falar um pouco de como foi para eu aprender a dirigir.
Sempre fui muito independente e desta forma não via a hora de fazer 18 anos ter a minha habilitação e poder dirigir o carro de meu pai por onde bem entendesse.
Meu pai sempre fez tudo o que eu queria, embora nem sempre tivesse muita paciência, diga-se de passagem. Então estando eu prestes a completar os tão sonhados 18 anos( ainda faltavam uns 3 ou 4 meses), meu pai resolveu colocar a família toda no carro um domingo a tarde e sair para dar um passeio, só que desta vez quem iria dirigindo seria eu(claro que só perto de casa), mas como tudo que é bom dura pouco logo meu pai começou a falar "mais para o teu lado" e eu com boa entendedora não me fiz de rogada e tratei de colocar o carro mais para o meio da rua, foi aí que ouvi um grito me dizendo" eu disse pro teu lado e não para o meio da rua". Depois disso parei o carro e não quis mais dirigir aquele dia. Depois disso nunca mais saí com meu pai para aprender.
As outras tentativas foram com a minha mãe a meu lado, só que minha mãe apesar de mais calma era muito apavorada(o que continua até hoje) e bastava ver um carro ou moto a uma quadra de nós para começar a ladainha de sempre "olha o carro" , " mais devagar", "deixa ele passar primeiro" , etc... Foram duas ou três saídas e nunca mais quis saber de tal tortura psicológica.
Depois disso teve uma saída com a minha tia, irmã de minha mãe, mas o mal parecia ser de família e foi só desta vez também.
Apesar de tanta coisa acontecer para me fazer desistir a minha teimosia sempre foi maior e a vontade continuava, mas como boa estrategista que sempre fui dei um tempo sem pedir o carro.
Quando chegou o verão fomos a praia e não deu outra, fui pedir a meu pai para andar com o carro, só que desta vez queria andar sozinha, sem ninguém a meu lado, disse a ele que as ruas eram tão esburacadas que eu teria que andar de vagar e desta forma não teria perigo. Por incrível que pareça ele concordou e a minha tática funcionou. Depois disso, mesmo de volta a cidade, sempre que podia pedia o carro e ele me dava a chave para dar umas voltinhas.
Este aprendizado foi tão rico que quando chegou o dia da tão sonhada habilitação ouvi de meu pai que se queria dirigir teria que conquistá-la, pois ele não pagaria nem um centavo por ela, e não é que fiz todos os testes e passei de primeira.
Posso me orgulhar muito deste meu aprendizado, pois ele ocorreu antes desta lei da obrigatoriedade da auto escola e em uma época em que quase todos pagavam para ter suas habilitações e eu seguindo os meios legais provei que sabia dirigir e que não fazia feio no trânsito. Tanto que hoje não tem onde não vou com meu carro , inclusive morando em cidade pequena vou a Porto Alegre e dirijo sem medo.
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